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Dia 49 – Cannes

3 abr

Segunda-feira, como era dia de folga, acordei lá pelas 10:00h.  A previsão era de um dia chuvoso, e meus planos eram ficar atirado o dia todo.  Mas logo que acordei olhei pela janela e vi uma tirinha de azul, ainda meio modesta, mas que me encheu de esperança.  Decidi que não ia passar o dia no marasmo.  Olhei para o Richard, meu companheiro de quarto, e ele dormia a sono solto.  Fui para o corredor e nem sinal de viva alma.  Na sacada, ninguém.  Vou sozinho mesmo, foi o que pensei.

Mas vais para onde?  Pensei eu com meus botões.

– Não tenho a menor idéia, respondi para mim mesmo.

Me lavei, tomei meu iogurte de morango matinal, botei um jeans, camiseta e casaco, peguei a mochila e parti em direção a estação ferroviária.  Chegando lá, uns 20 min caminhando, comecei a olhar os folhetos com os roteiros dos trens, e lá estava:  Cannes.  Não era muito longe, pouco mais de 1 hora de trem e, é claro, quem nunca ouviu falar de Cannes?  Pois é para lá mesmo.

No caminho a linda paisagem do Mediterrâneo de um lado, e montanhas do outro.  No caminho, no meio de toda a beleza natural, foi um edifício que me chamou a atenção.  Um prédio de apartamentos dentro de um iate clube.

Lindo edifício na Riviera francesa

Não é lindo?  E olha que não sou arquiteto. Tinha a forma de um navio e sacadas completamente ajardinadas em todos os andares.

Chegando em Cannes liguei o GPS e parti em direção a cidade velha.  Queria começar por lá.

Parte mais antiga de Cannes

Como podem ver, nada do glamour da famosa Cannes do festival de cinema.  Aliás, Cannes, até o séc. XIX, era uma vila de pescadores, quando então foi descoberta pela elite francesa, e começou a despontar como balneário de luxo, tradição que se mantém até os dias de hoje (mas não nas ruas pelas quais eu estava passando).

Parte mais antiga de Cannes

Enquanto caminhava já estava procurando algo para comer, pois a hora do almoço já ia adiantada.  Numa destas ruazinhas encontrei um que me pareceu simpático, com o menu do dia a 16,5 euros.  Não me matem, mas não anotei nem no nome da baiuca.

A comida não era magnífica, mas compatível com o preço.  Honesta, digamos assim.  Uma entrada de salada e camarões, um bife grelhado e uma sobremesa.

Salada de folhas diversas com abacaxi, abacate e camarões (molho cítrico)

Bife grelhado com legumes e batatas (molho de pimenta branca)

Torta de maçã com creme de baunilha e nata

Bem alimentado e feliz retomei a jornada.  Caminhando pela ruelas, chegando no centro antigo, me deparei com um mercado.  Mas não um mercado comum, e sim um mercado de antiguidades.  Dei uma olhada geral, vi alguns preços de arrepiar os cabelos, e sai bem depressa.

Mercado de antiguidades em Cannes

Caminhei por mais algumas ruelas, que estavam ficando cada vez mais desertas.  Decidi então que era hora de me dirigir ao mar, já que a orla, supostamente, seria bem mais movimentada, justamente por ser a área glamourosa e rica da cidade.

O centro antigo de Cannes

E não me decepcionei.  Logo que cheguei à beira mar dei de cara com o iate clube de Cannes.

O iate clube de Cannes/França

Olhando do iate clube para a direita tem-se uma visão da parte mais antiga e tradicional da cidade, justamente aonde eu estava.

Orla da parte antiga da cidade de Cannes/França, vista do iate clube

Caminhando ao longo do pier, mas para o lado esquerdo, chega-se na avenida “Croisette”, que é a principal artéria da cidade.  Ela se estende ao longo do mar e, na sua calça direita, tem-se a praia, enquanto na esquerda é uma profusão de lojas das grifes mais conhecidas e conceituadas.  As lojas são deslumbrantes, e olha que não sou de caminhar olhando vitrines.  Comprar apenas com os olhos não é algo que sou normalmente afeito a fazer, mas abri uma excessão para a “Croisette”.  Diria inclusive que toda mulher, com ou sem dinheiro (mas especialmente se tiver muito dinheiro, claro), deveria ter o direito de, ao menos uma vez na vida, caminhar por esta avenida.

Logo no número 1 localiza-se o palácio dos festivais, o local onde a Palma de Ouro e outros prêmios, deste que é um dos mais tradicionais festivais de cinema do mundo, são entregues.

Palácio dos Festivais, onde se realiza o festival de cinema de Cannes/França

O lado direito da avenida "Croisette", onde as pessoas se reúnem para caminhar, ou simplesmente admirar o mar (foto batida no sentido contrário)

Praia de Cannes/França, onde durante o festival de cinema desfilam as starlets fazendo topless. Como podem ver, não havia nenhuma.

Agora vou botar um pouquinho de água na boca, especialmente das meninas.  Ao caminhar pela calçada no lado esquerdo da avenida, como já disse, é uma loja atrás da outra.  Não sei bem porque, mas me lembrei na hora da minha sobrinha Mariana.  Então Nana, estas são especialmente prá ti:

Lojas em Cannes/França

Pensam que eram só essas?  Negativo, muitas outras.  Aí vão mais algumas.

Chega, não porque tenham acabado as lojas, mas porque cansei de fazer colagens de fotos.  Acho que é o suficiente para dar uma ideia do que rola nesta cidade.

Depois de caminhar um montão bateu uma fominha.  Resolvi sair da beira mar e fazer uma incursão por ruas mais internas, onde supostamente deveria haver um comércio mais “normal”.

 

Rua comercial "normal" em Cannes/França

 

Pois foi por aí que encontrei a “Lenôtre”, uma confeitaria e escola de confeitaria.  Não resisti a tentação da vitrine e entrei.  Meus olhos foram imediatamente puxados por um conjunto de bombas de chocolate.  As bombas até podiam ser doces, mas o preço era bem salgado: 4,5 euros cada coisinha.  Comprei uma mesmo assim.  Fui para um banquinho na rua e desembrulhei lentamente o objeto do meu desejo.  Antes de coloca-la na boca fui obrigado a tirar mais uma foto.  A última desta viagem.  Depois de saborea-la piquei a mula.  Voltei ao trem e vim ouvindo ZAZ (descoberta da minha amiga Grasi) de Cannes até Menton.  Deu para ouvir o CD umas 3 vezes.

 

Servidos? A bomba de chocolate mais cara que já comi na vida

 

Chegando no Mirazur, surpresa, o Ezequiel havia preparado uma paella para o desfrute dos estagiários.  Aliás, uma não, duas.  Foi um final de dia ótimo, papo com os novos amigos, um bom vinho e uma paella de primeira.  Valeu Eze.

 

Paella do Ezequiel (estagiário, Argentina)